segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Queermuseu: artista picha paredes do Parque Lage com críticas à direção Leia mais: https://oglobo.globo.com/cultura/artes-visuais/queermuseu-artista-picha-paredes-do-parque-lage-com-criticas-direcao-23075241#ixzz5S1szGRZh stest

Gabe Passareli, mediadora LGBT da exposição, fez protesto no encerramento da mostra

RIO — As paredes da Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage foram pichadas com carvão numa perfomance de protesto durante o encerramento da exposição "Queermuseu", na noite de domingo. A autora da manifestação, Gabe Passareli, é irmã da estudante Matheusa, que era trans e foi assassinada por traficantes no Rio em abril deste ano, e uma das mediadoras LGBTQ+ da exposição.
A performance surpreendeu o diretor do Parque Lage, Fabio Szwarcwald, e o curador da EAV, Ulisses Carrilho, que acompanharam o ato. Gabe espalhou carvão pelo chão da entrada do palacete do Parque Lage, e deitou nua com o corpo pintado de preto. Na sequência, começou a escrever as mensagens nas paredes.

Pense 2 vezes antes de nos expulsar sr. presidente diretor", diz uma das pichações. Em outra há a frase "Escola não é banco. Prédio público".
O letreiro da exposição "Queermuseu, queerescola, escola cuir" foi riscado e, embaixo dele, foi escrito "Farsa, apropriação, fogo nos racistas". Há também críticas mais gerais, como "Vidas LGBT+ importam". Nenhuma obra foi danificada.
Szwarcwald afirmou que considera "legítima" a manifestação e que não quis interferir no ato pois considera o local um espaço de liberdade. No entanto, disse não entender muito bem as críticas à direção da instituição.
— A gente abriu a escola e os contratou para mostrarem seu trabalho. Eles participaram de fóruns e debates. Não entendi a colocação dela. Acho que é contra toda a sociedade, e não contra mim, pois me dou superbem com ela — afirma Szwarcwald.

A equipe de mediadores de que Gabe fazia parte era formada por 33 pessoas de diversas orientações sexuais e identidades de gênero.
Procurada pelo GLOBO, ela afirmou que, por ora, não comentará a performance.
A exposição "Queermuseu" ficou em cartaz até o domingo (16) e lotou o Parque Lage com filas que chegavam a duas horas de espera. Cancelada em Porto Alegre pelo Santander Cultural após protestos de grupos conservadores que a acusavam de promover “pedofilia”, “zoofilia” e “blasfêmia”, foi viabilizada no Rio graças a um financiamento coletivo que arrecadou mais de R$ 1 milhão. Inaugurada em 18 de agosto, a mostra recebeu 40 mil visitantes segundo os organizadores.

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